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Ode à raça Cigana…
De negro vestido adejando a sorte,
cujo destino… de há muito marcado.
Sina bendita… é estrela do norte;
Mas diz quem tu és… e qual o teu fado.
Escrito nas linhas da tua mão,
sua voz é melodia que encanta.
Num sonho lindo, de bela ilusão;
Sente a mágoa, dor que suplanta.
Sorri serena, mas nunca o diz,
traço da mão, que o fará infeliz.
A nostalgia impressa na raça,
orgulhosa das suas tradições.
Peregrino nos caminhos que passa.
Lêem a sina e dão ilusões;
Livro aberto a palma da tua mão,
ler a sina é sua tradição.
Seus cantares da Andaluzia,
miragem de uma velha tradição;
A cigana seu homem seduzia
e num bailado ao seu coração.
Seu corpo esbelto, em estranha dança.
Cumpriu-se a sina… o alcança.
A sua pátria é o universo,
sempre agarrado à mãe natureza.
É um povo feliz… mas disperso.
Nos seus cantares existe a certeza,
que numa raiz de ledos enganos.
É mistério… a raça dos ciganos.
António Zumaia
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